Após fazer uma reflexão proposta pela disciplina de Organização e Gestão da Educação ,sobre a situação da educação em nosso estado , constatei que não há uma perspectiva muito favorável.
Há algum tempo vem se falando do apagão imininte na educação no Brasil. No entanto , não imaginava que estava tão próximo de nós , gaúchos.
Contudo , agora vendo o cenário como se apresenta , mais precisamente de poucos dias para cá , vejo que o apagão está já presente silenciosamente entre nós.
São muitos os fatores que fizeram com que este quadro se apresentasse em nosso estado.Não bastasse a perda da autonomia das escolas, a excessiva carga de trabalho,que no mínimo tem que ser de 60h para ser um valor que possibilite ao professor sobreviver, a dificuldade em realizar um trabalho efetivo e de qualidade com o grande número de alunos em sala , a precariedade das instituições escolares, a falta de profissionais em setores essenciais para o bom andamento da escola , como supervisores , orientadores , monitores..., ainda há a possibilidade , com o movimento da governadora , de não obtermos na data determinada pela lei , o piso nacional, que não é o ideal mas melhora significativamente a condição salarial.
Se pensarmos com a lógica , não com o coração como pensam a maioria dos professores , quem , em sua sã consciência, assumiria uma turma de 35 alunos , por 20h semanais , mais duas horas de reuniões por semana por um salário base de R$289,00?
Pois aí está a face do apagão!
Não há mais jovens ingressando nas faculdades de licenciatura. Totalmente compreensível, pois em tempos de tanta dificuldade , quem se submeteria a tal provação? Passar 5 anos em um curso de graduação , investir tempo e dinheiro , para depois ter de trabalhar por 60h por semana , com mais de 100 alunos , planejamento de aulas durante os finais de semana, correções nas madrugadas , reuniões pedagógicas , reuniões com pais, ainda ter que encontrar tempo para fazer cursos de aperfeiçoamento para poder ter um pouquinho de aumento em um plano de carreira, sem poder reinvindicar aumento (que a partir de 28 de outubro de 2008, com o decreto 45959, tornou-se um favor que pode ou não ser concedido pelos governadores em exercício, conforme a sobra de dinheiro , depois do seu aumento de 90% , é claro)!
Realmente sinto uma imensa tristeza ao constatar que o Rio Grande do Sul será o primeiro estado do Brasil a promover a extinção de uma categoria essencial , digo até vital , para um povo. Sem educação , e esta de qualidade, não há avanço , não há desenvolvimento em uma sociedade. Nós professores sabemos disto , lutamos para ter melhores salários sim , pois é justo este nosso direito de poder sobreviver com o salário da profissão que escolhemos. Contudo não é apenas esta nossa luta , apesar de tentarem torná-la tão pequena! Lutamos para que nossos alunos tenham escolas com condições adequadas de aprendizado, escolas com equipamentos , profissionais nas escolas para atendê-los em suas necessidades ,professores para todas as disciplinas , reforço escolar em turno inverso , incentivo ao esporte com profissionais dentro das escolas trabalhando com os alunos e desenvolvendo neles suas possíveis aptidões...Acredito que não somente nós ,professores, temos estes desejos mas também toda a sociedade , pois tenho certeza de que ela percebe a importância da educação para seu desenvolvimento e seu progresso. Lamentável é ver que políticos , por questões que não conseguimos compreender,vão na contramão do bem comum , em incursões genocidas para todo um povo(no caso , infelizmente , o gaúcho), tratam a educação como um meio de demonstrar sua autoridade e seu poder, o que penso ninguém estar questionando , transformando o que deveria ser uma relação construtiva , entre governo , educadores e sociedade , em uma batalha quixotesca.
Realmente lamentável , mas o apagão já chegou ao Rio Grande do Sul , e penso que ele se perpetuará por longos e tristes anos .
1 comment:
Oi Magali,
Li tuas reflexões e concordo com quase tudo o que dissestes, com exceção da referência que fazes quanto à entrada de jovens nas licenciaturas...
O que percebo é que entrada dos alunos nesses cursos ainda é significativa, a evasão é grande e ao final, ficam somente os verdadeiros apaixonados!!!
Pois é, infelizmente nos deparamos com os entraves causados por governantes, os quais atingem diretamente nossas condições de trabalho, isso é verdade!
Mas, vou te confessar uma coisa, que é algo que decidi para minha vida profissional: independente das mudanças e posicionamento dos meus colegas e o quadro político que se apresenta, me comprometi comigo mesma a ser sempre o melhor que eu puder e fazer o melhor possível, dentro da minha sala de aula, com os meus alunos!
Pode até parecer uma decisão alienada, mas é que cansei de pensar em grandes revoluções, sabe?
Daí, ao menos, tento garantir a minha "revolta" na sala de aula...
Beijos, querida!
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