Sobre educação......

Será que estes "especialistas em educação" que têm se manifestado nos diferentes meios de comunicação , inclusive num dos jornais de maior circulação aqui no RS , tem REALMENTE propriedade para dar soluções para a educação de nosso estado, de nosso país ?

A educação do Brasil está cheia de "especialistas" , teóricos, que fazem discurso sobre os seus problemas e soluções. Fórmulas mágicas e simples para a solução de tudo que acontece nas escolas deste país! Sentam em suas cadeiras lindas e acolchoadas, de seus bem decorados escritórios, e divagam sobre a educação ...

Vejam aqui como um destes especialistas encontra com facilidade os culpados para o problema da educação no Brasil e as soluções que ele propõe:
"Confira abaixo as impressões de Ioschpe sobre as visitas às escolas públicas do Rio Grande do Sul e sobre a educação no país.Zero Hora – Ao longo desta semana, o JN no Ar acompanhou uma série de bons e de maus exemplos em escolas das cinco regiões do país. Como explicar diferenças significativas de desempenho entre instituições de uma mesma cidade?Gustavo Ioschpe – Tem muitos fatores, e em cada cidade são fatores diferentes, mas algumas coisas transparecem: comprometimento das escolas vitoriosas com o aprendizado dos alunos, utilização eficiente do tempo em sala de aula e do material didático, ter professores com boa formação, passar dever de casa e corrigir, fazer avaliação, monitorar, fazer um esforço para envolver a comunidade de pais.Zero Hora – Nas reportagens, é possível notar que há iniciativas individuais importantes por trás dos bons exemplos.Ioschpe – Com exceção da escola de Goiânia, que tem uma diretora muito batalhadora, não diria que é uma dependência de esforços individuais, é um esforço coletivo, a educação é um esforço intrinsecamente coletivo. Não é apenas um bom diretor, é preciso ter uma secretaria de Educação que faça a sua parte, professores e orientação pedagógica que façam também a sua parte. As escolas que dão certo são como uma orquestra que toca harmoniosamente. Mesmo que se tenha um grande maestro na orquestra, se os músicos forem ruins, não vai sair nada. As escolas que funcionam bem são aquelas em que cada um faz a sua parte, e faz bem. Uma das coisas que essa série de matérias comprovou é de que não há nada de excepcional que se precise fazer para se ter uma escola que funcione dentro de padrões normais. Não precisa de herói, de mártir, precisa que as pessoas sejam preparadas para exercer aquela função. E elas cumpram a função com comprometimento e vontade. Sempre que se vê casos muito ruins, tem alguma coisa estapafúrdia acontecendo.Zero Hora – Muitas vezes, as escolas pertencem à mesma rede pública, na mesma cidade, e apresentam desempenho tão diferente. Por que não há um sistema que consiga identificar o problema e atuar de forma que a escola ruim fique como a outra, o bom exemplo?Ioschpe – Porque não tem demanda. Não tem pressão. Quem sofre quando uma escola vai mal? O prefeito perde votos? Não. O secretário de Educação perde o cargo? Não. O diretor perde o cargo ou o salário? Não. O professor é punido, repreendido? Não. Só quem sofre são os alunos e os pais. E os pais estão felizes, estão dando graças a Deus que o filho tem acesso à escola, a maioria não sabe o que é Ideb, não sabe avaliar a qualidade da educação do filho.Zero Hora – Existe alguma qualidade comum entre os professores que se mostraram entusiasmados e bastante envolvidos com o bom desempenho dos alunos e da escola?Ioschpe – A primeira qualidade é o comprometimento, que infelizmente deveria ser uma condição sine qua non, mas é uma qualidade. Em segundo, eles tendem a ser professores bem-formados, sabem o que estão fazendo, dominam o conteúdo. E são professores que têm uma didática envolvente. Mas o primeiro passo é um comprometimento, um sentimento de responsabilidade, de se sentir responsável. O que a gente vê nos professores das escolas que dão errado é que eles terceirizam o problema. A tarefa da sociedade brasileira é fazer com que essas escolas assumam a responsabilidade.Zero Hora – Em várias escolas, apareceram estudantes dispersos e indisciplinados. Há solução? Muitos já jogaram a toalha, inclusive colégios privados.Ioschpe – A indisciplina vem depois de a escola jogar a toalha. É uma consequência e não uma causa.Zero Hora – Nessa sua experiência in loco nas escolas, o que mais lhe assustou?Ioschpe – É uma realidade que eu já conhecia. O mais forte, para mim, é um sentimento de muita indignação, de muita raiva, de ver quantas crianças têm tido seu potencial desperdiçado. Algumas coisas poderão ser recuperadas, mas muitas vão ser danificadas para sempre. Talvez tenham crianças com talento para ser um novo Moacyr Scliar, Guimarães Rosa, Eike Batista ou Adib Jatene, e elas não vão conseguir realizar esse potencial porque não receberam uma instrumentalização básica.Zero Hora – Qual é hoje o maior desafio da educação brasileira?Ioschpe – Antes de poder haver qualquer superação dos desafios educacionais, o grande desafio é fazer com que a sociedade entenda a dimensão do problema, se envolva e cobre a solução. Se a educação for deixada unicamente para os educadores, eles criaram tal carapaça, tal mecanismo de defesa, as coisas não vão mudar. A sociedade precisa entrar nesse jogo."
Logo penso.... Como é fácil sentar em uma cadeira e resolver os problemas encontrando culpados e atribuindo responsabilidades....
Agora vejam o discurso de uma professora que está dentro de sala de aula , todos os dias , enfrentando a REALIDADE da educação do país , a dificuldade diária para conseguir realizar seu trabalho com um mínimo(pra não dizer menos que o mínimo...) de estrutura , de condições :
http://youtu.be/4P2QXsvxa6Y
Agora julgue por si mesmo quem tem propriedade para apresentar os problemas da educação e discutir sobre possíveis soluções....

Retornando !!!!!!!

Levou um certo tempinho , mas cá estou retornando às postagens !!!!

Não poucas vezes tive vontade de retomar meu blog de aprendizagens , mas faltava um impulso.

Agora estou fazendo pós graduação , em nível de especialização , na área de administração escolar , supervisão e orientação . Penso que isto foi o que me deu o empurrãozinho necessário para voltar a escrever aqui.

Quis logo ingressar na especialização porque estava no ritmo dos estudos , e confesso que fiquei com "gostinho de quero mais" quando acabou o Pead. Além disto porque acredito que , como educadores em um tempo tão complexo para a educação escolar, é preciso aprofundar cada vez mais o conhecimento , principalmente nas áreas que envolvem os relacionamentos professores-professores, professores-aluno, professores-famílias, alunos-famílias....

Bem , estou por aqui novamente para alimentar este espaço com minhas aprendizagens.

Um abraço aos que me acompanham.....

Desde o início!!!!

Quando iniciei minha graduação no PEAD da UFRGS , pouco ( ou melhor, quase nada) sabia sobre computadores e ferramentas tecnológicas.
Blog??!!! Já havia ouvido falar , muuuuuuito vagamente. Sabia que era um "diário virtual" , mas como usar , nem imaginava.
A proposta de usar esta ferramenta no curso, primeiro me causou uma certa desconfiança: Expor meu aprendizado na rede , expor minhas percepções , compartilhar com milhões de pessoas pelo planeta minhas angústias , frustrações , conquistas... Me pareceu assustador.
Depois insegurança: seria eu capaz de superar minha maneira introspectiva de colocar minhas questões mais pessoais? Seria eu capaz de superar minhas dificuldades com relação às tecnologias e conseguir fazer uso do Blog?
Então sucederam-se os dias , semanas , meses e fui aprendendo... Aprendi a me "soltar" mais escrevendo aqui... Aprendi a fazer as postagens , colocar figuras , reeditar , mudar o layout das páginas ... E fui aprendendo...
Agora , fazendo esta retrospectiva , vejo o quanto mudou ! O que sei hoje com relação ao Blog , pensando em o que sabia quando iniciei aqui , NOSSSSSAAAAA !!!! Foi uma mudança de 360°!
Não só com relação ao Blog, mas aprendi a manipular as ferramentas tecnológicas em geral.
Percebi com isto uma mudança bastante significativa com relação às minhas possibilidades na escola com meus alunos.
Chego hoje a conclusão , até mesmo comparando com colegas da escola que não dominam as ferramentas tecnológicas ( como eu no início do PEAD), o quanto importante foi ter desenvolvido estas competências para uso com meus alunos. Eles , tendo nascido já na era tecnológica , tem um domínio quase natural destas tecnologias que estão por aí. Basta vermos crianças de 6,7,8,9 anos já usando com uma destreza espetacular o celular , mandando mensagens , tirando fotos , salvando e ouvindo músicas... Eles usam o computador explorando suas diferentes possibilidades , navegam pela internet com facilidade , salvam arquivos em pen drive... Passam fotos de câmeras digitais para o computador , abrem pastas , salvam as fotos em arquivos , transferem para o paint , recortam , colam , salvam...Enfim , possuem uma capacidade natural para usar e fazerem-se valer das diversas possibilidades tecnológicas do momento.
Isto deve ser levado em conta em nossas escolas. Se queremos escolas adequadas aos alunos do século XXI , temos que oferecer nelas tanto ferramentas tecnológicas compatíveis com os tempos atuais , quanto professores que possuam a capacidade de usá-las e que conheçam suas imensas capacidades no auxílio ao desenvolvimento do aprendizado dos alunos.
Percebo a oportunidade que tive cursando esta graduação, de construir minha aprendizagem , não só conforme descrito nas atividades solicitadas pelas disciplinas e postadas aqui no Blog ao longo dos quatro anos e meio , mas principlamente no que se refere ao uso das tecnologias.
Esta aprendizagem interferiu(positivamente) em todos aspectos da minha vida: pessoal , no contato com amigos através de e-mails , facebook , MSN ...; familiar , pois consigo "falar a mesma língua" que meu filho adolescente; discente , na realização das atividades da graduação; profissional ,pois posso agora proporcionar a aprendizagem aos meus alunos compatível com a era em que se encontram.
Nem consigo mais pensar naquela Magali leiga em termos tecnológicos lá de Julho de 2006!!!!!
Quanta mudança!!! Até sei teclar rápidinho.... (segredo: antes catava milho no teclado...)

Sobre tudo

Quanto trabalho!!!!!
É final de ano letivo na escola!
Estamos em fase de conversar com os pais dos alunos que apresentaram maiores dificuldades ao longo do ano . Para isto devemos ter tempo e disposição para, além das 4 horas diárias na escola com os alunos , nos debruçarmos em casa sobre os trabalhos , as atividades de cada aluno , um de cada vez , e recapitularmos como foi o desempenho deste aluno ao longo do ano. Quais foram suas capacidades desenvolvidas , quais foram suas maiores dificuldades , quais são as possibilidades deste aluno corresponder às espectativas de uma quinta série no próximo ano... e a partir destas observações e conclusões devemos elaborar pautas para as reuniões com os pais .
Estamos também na fase das avaliações (formais) do terceiro trimestre . Para isto devemos ter tempo e disposição para, além das 4 horas diárias na escola com os alunos , nos debruçarmos em casa sobre todos conteúdos desenvolvidos em cada uma das disciplinas trabalhadas- Português , Matemática , História , Geografia , Ciências , Educação Física e Artes-para elaborarmos as avaliações .
Estamos projetando também nesta época as atividades de encerramento do ano letivo , como passeios , festas , formaturas ...Para isto devemos ter tempo e disposição para, além das 4 horas diárias na escola com os alunos , nos debruçarmos em casa sobre o computador e verificar locais , transporte; definir o formato da festa de encerramento , os alimentos e bebidas, se haver ou não amigo secreto; se os espaços disponíveis poderão abrigar todas comemorações finais;onde faremos o quê e de que forma...
Além destas atividades profissionais , estamos cheios de eventos : amigos querendo se reunir antes do final do ano , encontros com colegas da escola , família querendo organizar as datas festivas do final do ano...
Como estamos no final do curso de graduação , também há: convites para pensar , foto do Banner , documentação a entregar , festa dos cem dias , cerimônia , confraternizações...
Afora isto tudo , ainda há o TCC !!!!!!!! Que permite que eu durma apenas 4 horas por noite , à uma semana!!!! Que exige uma dedicação absurda !!!! É um tal de faz , desfaz , faz de novo.Salva. Complementa , corrige , acrescenta , retira . Salva. Aplica , corrige , acrescenta.Salva. Revisa!!!! Corrige novamente.Salva ....
Nem vou falar aqui da Defesa do TCC e do material que deverá ser feito em ppt para isto! Ainda não chegou o momento , isto apenas será a partir de amanhã!
É preciso ter tempo e disposição!!!!!!!!!!!

Comentários sobre o eixo VIII - 2010/1

ESTÁGIO!!!!!!!!!
Quando iniciou o eixo VIII , havia muitos sentimentos : ansiedade , insegurança , medo... Afinal , seria a constatação final acerca de uma caminhada de quatro anos!
Será que algo havia realmente mudado? Será que eu estava sendo tão coerente com minhas ideias quanto imaginava ? Será que eu estaria conseguindo aplicar o que pensava estar aplicando?
Nesta etapa seria o confronto do que eu pensava estar acontecendo com o que realmente acontecia.
Eu estaria sendo observada -e avaliada- por olhos criteriosos .
Mas pensei: Vamos lá!!!! É fazer o que acredito e apresentar a profissional que sou, seja quem for!
Ao "andar da carruagem" fui seguindo meu caminho e realizando meu trabalho. Certa que já não era o mesmo de quatro anos atrás, agora minha percepção era bem mais ampla dos meus alunos. Segui respeitando a individualidade de meus alunos , suas capacidades e dificuldades. Segui instigando nos momentos necessários e auxiliando quando preciso. Segui procurando dar espaço para suas construções , sem deixar que perdessem o Norte desejado.
Quando ,dos retornos recebidos pelos orientadores do estágio , recebia críticas e sugestões , procurava adaptar , quando recebia confirmações sobre minha prática estar correta , procurava manter.
Optei , no estágio , em realizar uma Arquitetura Pedagógica com meus alunos. Não foi algo muito fácil , em um momento de "xeque" estar inovando , mas resolvi fazer justamente porque seria um desafio. Na conclusão do trabalho com os alunos , a partir dos resultados obtidos com eles , conclui que foi exitosa minha empreitada.
Minhas reflexões me impedem de imaginar que haja apenas um caminho correto , um caminho único , um caminho sem possibilidades de mudança. Posso apenas garantir que neste momento minha prática está adequada, para este momento de meus alunos.
Nossos alunos mudam de um ano para outro , de uma década para outra , de uma geração para outra, por isto sei que na educação não pode haver nada definitivo , nenhuma fórmula ou prática que defina o método correto de promover a construção do conhecimento aos nossos alunos.
Partindo disto tudo afirmo que ,ao término desta etapa, saí muito realizada , pois consegui -não sem percalços- constatar que meu caminho está correto. Não sem dúvidas , não sem reflexões , mas crendo que , pelo menos minha base é sólida.

Convite!!!!

Olá pessoal!!!!!

Apesar de todos os contratempos , CONSEGUIMOS!!!!!!!

E é com muita satisfação que convido a todos para a "Tarde de autógrafos" de meus alunos na Feira do Livro.

Após seis meses de intenso trabalho , concluímos nosso livro "Vivendo a Copa 2010" ! Este livro è o resultado de um trabalho que surgiu a partir do interesse dos alunos nos jogos da Copa.

Eles levavam seus álbuns para a escola , trocavam figurinhas , falavam dos países e suas bandeiras ... Então surgiu a ideia de aproveitar este interesse para desenvolver temas ligados à Geografia , gramática , ortografia , ciências , artes , atividades físicas... Como consequência do trabalho começamos a pensar em organizar as informações que estavamos obtendo. Foi quando pensamos em fazer o livro. Assim que iniciou o trabalho entrei em contato com a Cãmara do Livro de Porto Alegre - organizadora da Feira do Livro - e aventei a possibilidade de realizar esta "Tarde de autógrafos".

Tudo deu certo!!!!

Por isto realizo este convite a todos que desejarem acompanhar este momento!

Será na área infantil da Feira (Cais do porto) ,no espaço "Largo da Escrita", no dia 10 de Novembro , quarta-feira , dás 14h às 16h.

Na luta pelos direitos básicos

Como é difícil , neste contexto em que estamos , pensarmos no que é a educação de qualidade!
Durante o PEAD tivemos muitas disciplinas que nos fizeram estudar , pensar , repensar sobre a legislação , no que diz respeito à educação. LDB , Estatuto do Magistério , constituição do Estado do Rio Grande do Sul , PNE , ...
Mas dentro de nossas escolas vemos que estas leis são apenas fantasmas . São meros escritos em papel.
Sinto-me muito tranquila ao afirmar que as leis , pelo menos no que diz respeito à educação , não são consideradas.

Vejamos o que diz alguns artigos da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seção I
DA EDUCAÇÃO
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

Eu poderia selecionar aqui trechos de todas leis que se referem à educação e colocar para revermos sua aplicabilidade efetiva em nosso Estado. Mas penso que basta o que selecionei da Constituição Federal.
Analisando cada uma das colocações acima: Eu , pelo menos aqui no Estado do Rio Grande do Sul , não conheço nenhum professor da Rede pública Estadual que receba o piso nacional .
Também , na minha realidade , não tenho nenhum apoio quanto aos alunos com necessidades especiais que possuo. Sou professora da Rede pública estadual , tenho uma quarta série do ensino fundamental , em escola regular , com alunos com necessidades especiais , e em minha escola não há nenhum profissional especializado para que eu receba orientações , ou mesmo obtenha auxílio.
Em minha sala de aula tenho 30 alunos , os computadores da escola estão com a manutenção vencida. Quando necessito de algum material , ou verba para algum projeto a ser desenvolvido com os alunos , não há disponível . Quando proponho algum momento de aprendizagem extra escolar , como visitas de estudos ao jardim botânico , ao zoológico , assistir uma peça de teatro...a maioria dos alunos não vai porque os pais não têm dinheiro para o transporte e a escola não disponibiliza verbas para isto. Então ,como posso dar "acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;" , se tenho apenas minha voz , o quadro e o giz??? Ouço às vezes : "professor tem que ser criativo!" . E como somos!!!! Imagine dentro deste contexto o que não fazemos para obter a atenção dos nossos alunos tão ativos de hoje! Nos viramos nos 30 , nos 40, nos 50 , nas 4 horas!!!
Com relação aos "programas suplementares" nunca vi!!!!! Quando algum aluno não tem material escolar , como lápis , caderno , borracha , régua , estojo... Sou eu quem compra com dinheiro do próprio bolso. E não sou exceção ! Muitas colegas fazem o mesmo para seus alunos. Tiramos do mirrado salário - que o meu , graças aos benefícios ,chega a um salário mínimo- para darmos material a nossos alunos. Nem vou falar aqui sobre assistência à saúde!!!! Se não tenho nem atendimento às necessidades especiais dos meus alunos , imagine enfermagem , dentista , médico na escola!!!!
São sonhos... ????? NÃO !!!!! São leis!!!! Mas não são cumpridas!
São direitos básicos relacionados à educação dispostos na Carta Magna de nosso país , construída sob uma espectativa de justição social muito grande , mas que , infelizmente para o povo , não é cumprida.
Á quem atribuir a decadência de nossas instituições ? Quem é culpado por não termos direitos básicos dispostos em lei respeitados? Serão os governantes , ou será o povo que não faz valer os direitos que possui?
Ou seremos nós , que nos preparamos para sermos educadores conscientes , formadores de cidadãos conscientes , e acabamos esquecendo no dia-a-dia de apresentar aos nossos alunos e nossa comunidade escolar os direitos que possuem?