Wednesday, October 27, 2010

Reflexões apenas

Por vezes fico a observar meus alunos.
Enquanto os observo sou invadida por milhares de pensamentos e reflexões.
São mais de 30 universos diferentes.Vidas e estruturas familiares diferentes , ritmos e níveis de aprendizagem diferentes.
Qual a real significação de minhas palavras , minhas ações sobre estas vidas. Como posso fazer para que este ano de aprendizagens seja significativo para suas vidas.
Sempre sinto que poderia ter feito mais e melhor .
Talvez minhas reflexões estejam relacionadas a proximidade com o final do ano letivo. Esta é uma etapa de avaliar nosso trabalho , o desempenho dos alunos , suas possibilidades para o ano letivo seguinte...
Quando penso em que os alunos irão enfrentar a partir do ano seguinte fico angustiada.
Percebo o quanto ainda estão pouco preparados para enfrentar 8 , 9 ,10 professores diferentes, com personalidades diferentes ,práticas diferentes , percepções de aluno diferentes.
Lembro que faz parte , esta etapa ,do desenvolvimento deles , contudo não consigo deixar de pensar que talvez aquele aluno que considero excelente em razão de suas colocações , sua participação , seu desenvolvimento individual , possa não ser observado e avaliado por suas capacidades. Talvez este aluno, que considero excelente, possa ser avaliado apenas por sua letra , por sua nota em "prova" , por não ser o mais comportado...
Alguns dias atrás ouvi de uma professora da quinta série dizer que meus alunos eram muito agitados e faladores , que não conseguiam ficar sentados ouvindo e queriam fazer colocações o tempo todo. Realmente meus alunos são assim quando termina o ano. Estimulo muito que falem , contribuam com minhas explicações relacionando o que falo com suas vivências . Faço muitas atividades onde organizam-se em grupos , duplas , trios , pois acredito que é através das trocas que podem desconstruir ideias , construir novas ideias , discutir , aprender.
Mas será que os estou ajudando realizando minha prática desta forma? E os anos que seguirão ? Até que ponto tenho direito de realizar a prática que acredito se nos anos seguintes eles não corresponderão ao que os demais professores desejam ? Tenho direito de "escolher" a prática em que acredito , sabendo que não é a prática que os beneficiará para os anos seguintes?
Se desenvolvo neles a criticidade , a participação , a troca , a construção individual do conhecimento , são considerados "alunos que incomodam" nos anos seguintes! E o resultado é descontentamento tanto dos alunos quanto dos professores. Então muitos se desestimulam , resistem aos professores , deixam de gostar dos temas desenvolvidos na escola , reprovam...
São muitas reflexões que não me dão resposta alguma! E sei que não terei estas resposta de quem ou qual forma é a correta. Talvez o erro maior esteja em todo sistema educacional estadual , talvez esteja em mim , talvez não haja problemas e eu apenas estou divagando.

Saturday, October 16, 2010

Comentários sobre o eixo VI - 2009/1

O tema que permeou minhas descobertas e reflexões do eixo VI foram as relacionadas às disciplinas de Psicologia e Educação de pessoas com necessidades especiais.
Desde o magistério , na década de 80 , tenho um interesse especial pela psicologia e pela educação de pessoas com necessidades especiais.
A questão da inclusão é algo que me causa muita reflexão. Quando abordado isto no Pead , pude refletir mais intensamente , motivada pelas propostas de leituras e atividades.
Todos nós , professores de qualquer rede de ensino , temos em nossas salas de aula diversos alunos com inúmeras necessidades especiais. Sempre me questionei sobre estar preparada para recebê-los e proporcionar à eles uma educação com a mesma intensidade e qualidade que proporciono aos demais.
Ao longo deste semestre surgiu um outro questionamento: O que são as "necessidades especiais" ? Quais alunos temos que podemos definir sem nunhuma necessidade especial?
Descobri com o auxílio das leituras de Piaget e Becker , assim como no filme assistido neste semestre(Clube do Imperador) , que nossos julgamentos e ideias sobre nossos alunos são muito evasivas. Que somos superficiais e julgamos como se tivéssemos o poder para isto e , princiaplmente o quanto erramos tentando acertar.
Não temos poder algum , nem tampouco esta deve ser uma atribuição nossa , enquanto educadores.
Devemos ter muito conhecimento de todas necessidades especiais , de como podemos investigar nossos alunos para poder auxiliá-los a superar seus limites , no entanto , não podemos incorrer no erro de pensar que podemos DETERMINAR suas necessidades especiais , suas limitações ou capacidades, suas virtudes ou defeitos.
Neste eixo houve , de certa forma , uma "puxada" para que compreendêssemos que não podemos nem devemos ser mais (nem menos)do que estamos preparados . Devemos ter o cuidado de não limitar , nem desqualificar , qualquer aluno por qualquer dificuldade.
Por vezes perdemos nosso tempo e energia julgando e justificando , quando deveríamos olhar atentamente e descobrir como podemos levar nosso aluno a expandir suas capacidades.
Este eixo foi essencial para uma nova visão do papel do professor , de quanto deve estar capacitado e se capacitando sempre, pois o conhecimento é infinito.
Encerro esta reflexão com um pensamento que coloquei no início deste eixo :
"Quanto mais aumenta nosso conhecimento, mais evidente fica nossa ignorância." (John Kennedy)

Saturday, October 09, 2010

Comentários sobre o eixo V - 2008/2

Este semestre foi um tempo de descobrimento! Em muitos sentidos...
Com minhas reflexões sobre os temas das disciplinas foram despertando diversos sentimentos que faziam com que eu me (re)descobrisse. E também que eu aprendesse um pouco mais sobre mim.
Na disciplina de Seminário Integrador , a partir da atividade "Quadro de tempo" , percebi como sou organizada e metódica. Até então não havia pensado sobre isto. Constatei que fico aflita ao ter tarefas a fazer e , enquanto não às concluo , não fico tranquila. Talvez seja esta a razão de eu fazer sempre minhas atividades assim que são solicitadas , mesmo que isto me custe madrugadas em claro. Enquanto não concluo , não paro. Não apenas com relação ao Pead , mas com tudo. Meus planejamentos são semanais e completos , ou seja , se planejo uma reflexão sobre um determinado texto , já tenho que encontrá-lo , organizar o que gostaria que os alunos percebessem , as possíveis direções que podem ser tomadas de temas a partir o texto...Enfim , tenho sempre que deixar tudo completinho , pelo menos o máximo que posso.
Juntamente com esta direção que tomamos na disciplina do Seminário , para complementar meu "descobrimento", havia a disciplina de psicologia .
Neste eixo trabalhamos a psicologia da vida adulta e com ela fiz várias reflexões sobre mim , minha família , minha vida , o porquê de eu ser como sou , a importância das pessoas que caminham conosco em nossa vida...Muitas reflexões que me fizeram perceber que minhas características pessoais , minha personalidade , vêm de um contexto familiar e da minha construção pessoal de todas experiências pelas quais vivi em minha vida.
Com estas constatações todas sobre mim mesma , pude compreender um pouco mais de meus alunos. Compreendi que o contexto em que vivem , sua família , suas relações , suas experiências contribuem para que apresentem determinados comportamentos e características. A partir disto meu olhar para eles , assim como para seus pais ,suas famílias , mudou . Passei a ser mais cuidadosa com relação ao comportamento que apresentam , com relação às dificuldades que apresentam,passsei a me preocupar mais em conhecer o contexto em que vivem , sua comunidade , sua família.
Compreendi que somos formados por um conjunto de elementos , os quais iniciam sua interferência em nós a partir de nossa concepção ,continuam durante nosso nascimento , nossa infância , família , comunidade , experiências...
Ainda neste eixo , na disciplina de Organização e Gestão da Educação ,trabalhamos sobre a educação e seu contexto , desde a chagada dos portugueses ao Brasil.Aqui também houve "descobrimentos". Não apenas por ter sido um tema com inicio no "descobrimento" do Brasil , mas por eu ter descoberto a partir das reflexões propostas pela disciplina , que pouco houve de mudanças na educação brasileira desde lá. Muitas tentativas , muitos estudiosos , muitos teóricos , mas , como vemos atualmente , o ensino continua com as mesmas diretrizes e práticas de 510 anos atrás.

Friday, October 01, 2010

Comentários sobre o eixo IV-2008/1

Este eixo foi muito importante para minha percepção do que fazia e do quanto poderia fazer mais e melhor.
Fiz muitas reflexões a partir do que foi desenvolvido nas interdisciplinas . Entre elas saliento a reflexão que fiz relacionada a importância das perguntas.
Ao longo dos anos deixamos nossa tendência , natural em razão de nossa vocação de "ensinar" e transmitir conhecimentos , tomar conta e vamos nos esquecendo de ouvir os alunos. Dar espaço a eles para que perguntem livremente ,para que busquem sua questões individuais e construam o Seu conhecimento é uma "ação - passiva" que o professor deve ter, essencial para a construção da aprendizagem dos alunos .
Neste eixo houve uma tomada de consciência, neste sentido ,muito grande . Isto se refletiu até o momento atual . Ao longo do estágio e da produção do TCC explorei muito o ouvir os alunos , o resgate do conhecimento prévio deles a partir de suas questões sobre os temas propostos. Minha Arquitetura Pedagógica foi desenvolvida com sucesso , acredito , por ter desenvolvido, a partir deste eixo, uma consciência sobre o quanto rico é o universo dos alunos , tanto em niveis de conhecimento prévio , quanto em quetionamentos sobre tudo que os cerca.
Também saliento que , neste retomada de minhas produções anteriores , lembrei de uma atividade feita na disciplina de Seminário Integrador , que achei excelente , mas que , com o passar do tempo havia esquecido. Foi o Contrato de Aprendizagem. Lembro que , ao realizar ele no curso , apliquei também com meus alunos da época e o resultado foi ótimo. Com ele pode-se traçar metas individuais de desenvolvimento , que podem ser retomadas e avaliadas individualmente. Achei uma forma de comprometimento individual muito produtiva porque os alunos definem o que querem alcançar e podem , eles , por eles , para eles , auto-avaliarem-se.
Vou retomar isto ainda este ano com meus alunos.