Wednesday, May 27, 2009

Autismo

Muito interessante a reflexão sutil deixada ao final do texto "Autismo-atuais interpretações para antigas observações"de Cleonice Bosa:

"Enfim , o autismo é uma síndrome intriganteporque desafia nosso conhecimento sobre a natureza humana. Compreender o autismo é abrir caminho para o entendimento do nosso próprio desenvolvimento.Estudar autismo é ter na mão um imenso 'laboratório natural' de onde se vislumbra o impacto da privação das relações recíprocas desde cedo na vida. Conviver com o autismo é abdicar de uma só forma de ver o mundo-aquela que nos foi oportunizada desde a infância. É pensar de formas múltiplas e alternativas sem, contudo perder o compromisso com a ciência (e a consciência!)-com a ética.É percorrer caminhos nem sempre equipado com um mapa nas mãos , é falar e ouvir uma outra linguaguem, é criar espaços de troca para os nossos saberes e ignorâncias.Se a definição de autismo passa pela dificuldade de se colocar no ponto de vista afetivo do outro,(um comprometimento da capacidade empática ,como diz Gillberg,1990) é ,no mínimo, curioso pertencer a uma sociedade em que raros são os espaços na rua para as cadeiras de rodas , poucas são as cadeiras escolares destinadas aos 'canhotos' e bibliotecas equipadas para quem não pode usar os olhos para ler.Torna-se então difícil identificar quem é ou não "autista"."

Wednesday, May 13, 2009

Deficiência física e inclusão

Lendo o capítulo 1 do livro Atendimento Educacional Especializado -deficiência física ,disponibilizado pelo MEC, fiquei bastante preocupada ao ler o seguinte trecho:

"O ambiente escolar promove desafios de aprendizagem.Privar uma criança ou um jovem dos desafios da escola é impedí-los de se desenvolverem. Não podemos aprisionar nossa concepção equivocada de limitação. O estudo da plasticidade neural vem nos demonstrar que o ser humano é ilimitado e que , apesar das condições genéticas ou neurológicas, o ambiente tem forte intervenção nestes fatores.Quanto mais o meio promove situações desafiadoras ao indivíduo, mais ele vai responder a estes desafios e desenvolver habilidades perdidas ou que nunca foram desenvolvidas.(...)"

A realidade diária de nossas escolas estaduais está permitindo este desenvolvimento aos nossos alunos deficientes físicos? Estão sendo proporcionados a estes alunos desafios para que desenvolvam alguma habilidade?
Faço uma pergunta , e um desafio a quem puder responder: O que é a inclusão na PRÁTICA do estado?
Leis , projetos , propostas há muitos, mas não é disto que falo! Falo na prática diária das escolas do estado do Rio Grande do Sul, como está sendo realizada a inclusão dos alunos deficientes? Estão sendo respeitadas as propostas do MEC?
Nós , professores estamos buscando conhecimento para desenvolver nestes alunos suas habilidades e estimulá-los em suas capacidades , mas não podemos fazer a inclusão sozinhos , sem o auxílio profissionais especializados e sem uma estrutura física e de materias na escola para servirem de suporte ao nosso trabalho.
Está na hora do estado deixar de fazer a inclusão "para inglês ver"colocando os alunos com necessidades especiais nas escolas sem a menor estrutura para recebê-los e sem condições para promover seu aprendizado efetivo.

"Clube do Imperador"



Achei muito interessante este filme proposto para reflexão pela disciplina de filosofia.
Confesso que tive que pensar muito , ponderar sobre o ato do professor.
Por fim decidi retirar o fato isolado que escolhi justificar , e não pensar no que houve depois.Foi a maneira que encontrei para tentar compreender o professor , sem julgá-lo , pois ao saber o final do filme ficamos na tendência de criticá-lo.
Penso que podemos usar este filme para refletirmos sobre nossa prática ...será que o que pensamos ser justo , é realmente justo para todos?
Quais as consequências de nossas ações em sala de aula??
Nossas ações tem o efeito que imaginamos???

E o estado????



Eu estava lendo um texto do Professor Claudio Baptista (e outros) , para complementar algumas informações para a atividade , cujo título é "Movimentos , espectativas e tendências : inclusão escolar no ensino municipal de Porto Alegre", quando me chamou a atenção o segunte trecho: "... a discussão que procura estabelecer os nexos entre o atual momento da rede em questão, a política nacional e aquela estadual do Rio Grande do Sul relativas à inclusão escolar.". Ao longo do texto , é relatado que "os últimos 20 anos dessa rede tem sido alvo de muitos estudos". Atrevés do transcrito aqui , é possível perceber o quanto está sendo questionado , movimentado na rede municipal a questão da inclusão. São inúmeras pesquisas , trabalhos voltados para a realidade da educação municipal e a inclusão , procurando na prática diária da rede o que está sendo feito , como , para quem , por quem . Acredito muito neste tipo de trabalho e penso ser um trabalho que denota um tempo longo. Como citado acima , já há 20 anos o município se movimenta intensamente e ainda está buscando muitas respostas. Bem , relatei isto em razão de uma preocupação que tenho: e quanto ao estado? O que está sendo feito? Não vejo falar de pesquisas nas escolas , de ações efetivas...É certo que o município pode fornecer a base com suas pesquisas , mas sabemos que a realidade é outra , os professores são outros . Como foi citado na pesquisa realizada , os professores entrevistados eram pesquisadores (doutorandos , mestrandos) , que atuavam na rede municipal com classes especiais de alunos. Quantos professores de séries iniciais do estado conhecemos que estão fazendo mestrado ou doutorado para participarem de uma pesquisa deste porte? Aliás , o Estado nos dá suporte para isto? Enfim , penso que o estado está a passos de tartaruga neste sentido , e vejo no horizonte um direcionamento para o município quanto a ações de inclusão em classes regulares.